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O tarô nos fins do século XIX Papus

 Papus e a Codificação do Conhecimento Esotérico

O século XIX foi um período de grande efervescência para o estudo do ocultismo e do esoterismo . Nessa época, o Tarô, um antigo jogo de cartas com rica simbologia, despertou o interesse de diversos estudiosos e místicos, que buscavam desvendar seus profundos significados. Entre essas figuras, destaca-se Gérard Encausse, mais conhecido como Papus , que desempenhou um papel fundamental na ocorrência e popularização do conhecimento esotérico relacionado ao Tarô.

Papus e a Codificação do Conhecimento Esotérico

O Tarô como Chave para a Sabedoria Ancestral

A ideia de que o Tarô continha uma chave para a sabedoria ancestral remanescente ao final do século XVIII , quando Antoine Court de Gébelin propôs a teoria de que as cartas eram um legado do antigo Egito.

Essa foi teoria abraçada e expandida pelos ocultistas do século XIX, como Éliphas Lévi, que associou os Arcanos Maiores às letras do alfabeto hebraico e à Árvore da Vida da Cabala.

Papus, discípulo de Lévi, aprofundou ainda mais essa pesquisa, sistematizando o conhecimento sobre o Tarô em sua obra " O Tarô dos Boêmios ". 

Nessa obra, ele codificou os ensinamentos de Lévi, estabelecendo uma correspondência entre as cartas , os planetas , os signos do zodíaco e os elementos , criando um sistema completo de interpretação.

A Ordem Hermética do Amanhecer Dourado e a Popularização do Tarô

Outro fator importante para a popularização do Tarô no final do século XIX foi a criação da Ordem Hermética do Amanhecer Dourado (OHAD)

Fundada em 1888, a OHAD era uma sociedade secreta que reunia estudiosos do ocultismo e da magia. 

Seus membros, como Samuel Liddell MacGregor Mathers e Arthur Edward Waite, dedicaram-se ao estudo do Tarô, produzindo diversas obras e criando novos baralhos.

O baralho mais famoso criado nesse período foi o Tarô de Waite-Smith , ilustrado por Pamela Colman Smith. 

Esse baralho, com suas imagens ricas em simbolismo, tornou-se um dos mais utilizados até os dias de hoje, contribuindo para a disseminação do Tarô para um público mais amplo.

O Legado de Papus e a Influência estirpe do Tarô

A obra de Papus e a atividade da Ordem Hermética do Amanhecer Dourado tiveram um impacto duradouro no estudo e na prática do Tarô. 

Graças aos esforços desses pioneiros, o Tarô deixou de ser visto apenas como um jogo de cartas e passou a ser considerado uma ferramenta para o autoconhecimento , a meditação e a compreensão dos mistérios do universo.

O Tarô, nos dias de hoje, continua sendo uma prática popular em todo o mundo, com diversas escolas e tradições de interpretação. 

As bases teóricas condicionais de Papus e seus contemporâneos ainda são utilizadas por muitos tarólogos, demonstrando a importância e a relevância do trabalho realizado no final do século XIX .

Legado de Papus e a Influência estirpe do Tarô

O Tarô do Século XIX: Um Legado que Perdura

O Tarô do século XIX , com suas raízes nas tradições ocultistas e esotéricas da época, continua a exercer uma influência significativa na espiritualidade contemporânea. Mas por quê?

1. Base Sólida para Novas Interpretações:

  • Sistematização: Os estudiosos do século XIX, como Papus e Éliphas Lévi, estabeleceram um sistema de correspondências entre as cartas do Tarô, a Cabala, a astrologia e a alquimia. Essa estrutura serve como um ponto de partida para diversas escolas e abordagens contemporâneas.
  • Fundamentos: Ao codificar os significados das cartas, esses pioneiros realizaram uma base sólida sobre como os tarólogos modernos podem construir suas próprias interpretações, adaptando-se às necessidades e à visão do mundo contemporâneo.

2. Simbolismo Universal e Atemporal:

  • Arquétipos: Os arquétipos presentes nas cartas do Tarô, como o Louco, a Imperatriz e a Morte, são símbolos universais que transcendem culturas e épocas. Eles representam aspectos da experiência humana que são relevantes para todos nós.
  • Relevância: Os desafios e as questões existenciais que as pessoas enfrentaram no século XIX são, em muitos aspectos, semelhantes aos que enfrentamos hoje. As cartas do Tarô, com sua sabedoria ancestral, oferecem insights e orientações que continuam a ser valiosas.

3. Adaptação às Mudanças Culturais:

  • Evolução: O Tarô não é estático. Ao longo dos anos, ele se adaptou às mudanças culturais e às novas formas de pensamento. Novas escolas e abordagens surgiram, enriquecendo a tradição e tornando-a mais relevante para as pessoas contemporâneas.
  • Diversidade: A diversidade de baralhos e interpretações disponíveis hoje em dia permite que cada pessoa encontre uma abordagem que ressoe com sua própria experiência e crença.

4. Ferramenta para o Autoconhecimento e o Crescimento Pessoal:

  • Introspecção: O Tarô continua sendo uma ferramenta poderosa para a introspecção e o autoconhecimento. As cartas nos convidam a olhar para dentro de nós mesmos, a explorar nossos medos, desejos e potencialidades.
  • Empoderamento: Ao fornecer insights e perspectivas sobre nossas vidas, o Tarô nos empodera a tomar decisões mais conscientes e a trilhar um caminho mais autêntico.
Ferramenta para o Autoconhecimento e o Crescimento Pessoal:

Em resumo: 

O Tarô do século XIX continua a ser relevante hoje em dia porque:

  • Oferece uma base sólida para a interpretação.
  • Utilize símbolos universais e atemporais.
  • Adapta-se às mudanças culturais.
  • É uma ferramenta poderosa para o autoconhecimento e o crescimento pessoal.

O legado do século XIX é um tesouro que podemos explorar e expandir, utilizando o Tarô como uma ponte entre o passado e o presente, entre o consciente e o inconsciente.

O século XIX foi um período fundamental para a história do Tarô. Graças aos trabalhos de Papus e outros estudiosos, o Tarô foi resgatado do esquecimento e se tornou uma ferramenta poderosa para a exploração do mundo interior e da espiritualidade.


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